domingo, 17 de outubro de 2010

DAVI CANABARRO

Davi Canabarro, presidente da República Juliana (1839).
David José Martins, conhecido como David Canabarro, (Taquari, 1796 — Santana do Livramento, 1867) foi um militar brasileiro.
Descendente de açorianos, é neto de José Martins Faleiros e dona Jacinta Rosa, naturais da Ilha Terceira. Instalados em Porto Alegre, aí lhes nascia o filho homem que seria José Martins Coelho. Dona Mariana Inácia de Jesus, natural da Ilha de Santa Catarina, que, com seus pais Manuel Teodósio Ferreira e dona Perpétua de Jesus, se instalaria em Bom Jesus do Triunfo pelo ano de 1778, aí conheceu o futuro marido, José Martins Coelho que com a família também para ali se havia transferido.
Casados, mudaram-se logo para Taquari onde lhes nasceu, a 22 de agosto de 1796, o menino David José, no lugar denominado Pinheiros, uma légua além da freguesia-sede, em terrenos que adquirira José Martins Coelho, fundando uma estância d ' e criar.
O sobrenome Canabarro foi adicionado mais tarde, vindo de seu avô, Manuel Teodósio Ferreira, que havia recebido o apelido do marquês do Alegrete e o adicionado ao seu nome.

Campanhas contra Artigas
David José Martins - futuramente, David Canabarro - iniciou sua vida de militar na Primeira campanha cisplatina de 1811-1812. Para essa campanha deveria seguir o irmão mais velho, Silvério, já então com 18 anos. Entretanto, auxiliar precioso do pai nas lides campeiras, iria fazer muita falta. E Davi, contando quinze anos de idade, reconhecendo o fato, solicitou ao pai licença para seguir em lugar do irmão.
Patriota como todo estancieiro do Rio Grande do Sul daqueles tempos, José Martins Coelho não vacilou, e se apresentou às forças do nobre Dom Diogo de Sousa, conde de Rio Pardo. Terminada a campanha, promovido a alferes, regressa ao lar, mas em seguida volta para combater na Guerra contra Artigas (1816/1820).

Guerra da Cisplatina
Anos mais tarde é tenente das forças de Bento Gonçalves na Guerra da Cisplatina de 1825-1828, que culminou com o tratado de paz de agosto de 1828 e a independência do Uruguai. Lá, teve papel preponderante na batalha de Rincón de las Gallinas, salvando o exército brasileiro de completo desbarato (24 de setembro de 1825), o que lhe valeu os galões de tenente efetivo do Exército Nacional. Na 21ª Brigada de Cavalaria Ligeira comandada por Bento Gonçalves, ainda na Guerra da Cisplatina, assistiu à indecisa batalha do Passo do Rosário, obrando prodígios de valor e de audácia.
Cessada a guerra, volta ao lar, à vida do campo, mas desta vez associado ao tio Antônio Ferreira Canabarro, na estância fronteiriça de Santana do Livramento. Por volta de 1836, adota o nome David Canabarro por insistência de seu tio.Como sugere o historiador santanese Ivo Caggiani: tudo leva a crer que alguma ligação deva ter com os machados e os ferreiras de Vila Pouca de Aguiar. Em consequência os descendentes dos nobres canavarros de Portugal devem ser os Canabarros do Brasil.

Guerra dos Farrapos
Na Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, inicialmente conservou-se indiferente aos acontecimentos políticos. Tendo a ela se juntado tardiamente. Iniciou como tenente, mas rapidamente galgou postos, assumiu o comando em junho de 1843, quando o antigo chefe, Bento Gonçalves, para evitar a cisão entre os republicanos, desligou-se do comando e passou a servir sob as ordens do próprio Canabarro.
Sua única derrota em toda a guerra, foi na Batalha de Porongos, onde relaxado pelas negociações de paz que empreendia com o barão de Caxias, foi surpreendido pela tropa de Mouringue, teve sua tropa massacrada, inclusive os Lanceiros Negros.
Enquanto negociava a paz com os imperiais, Canabarro recebeu uma proposta de Juan Manuel de Rosas, governante argentino, que pretendia ampliar a fronteiras de seu país. Em troca da colaboração farroupilha, ele receberia ajuda argentina para continuar a batalha contra o império. Canabarro respondeu através de carta, onde afirmava sua fidelidade ao país, mesmo que este fosse monarquista e ele republicano.
Como chefe dos revoltosos, aceitou a anistia oferecida pelo governo em 18 de dezembro de 1844, através do Duque de Caxias, chamado O pacificador. Encerradas as negociações em 25 de fevereiro de 1845, ficou estabelecido que os republicanos indicariam o próximo presidente da província, o governo imperial responderia pela dívida pública do governo republicano, os oficiais do exército rebelde que desejassem passariam ao exército imperial com os mesmos postos e os prisioneiros farroupilhas seriam anistiados.

No Exército Brasileiro
Lutou ainda na Guerra contra Rosas e na Guerra contra Aguirre, recebendo o título de general-honorário, título com o qual combateu os invasores na Guerra do Paraguai.

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